Wanessa sexy e madura: "Não faço mais infantilidade ou perco tempo com picuinha"

Após uma espera de nove anos, a cantora lança seu segundo DVD, fala que ser mãe a deixou "mais generosa, mais inspirada e motivada" e, firme na luta em favor do público gay, critica o deputado Marco Feliciano

Wanessa demorou nove anos para lançar seu segundo DVD, o “DNA Tour”, que chega às lojas em 30 de abril. Autocrítica e perfeccionista assumida, a cantora justifica a longa espera. “Sou uma mulher que sabe o que quer e que se enxerga melhor, consigo me reconhecer com as minhas qualidades e meus defeitos. Me sinto mais certa, sabendo o que quero como artista e como pessoa.” Aos 30 anos, mãe de José Marcus , de 1 ano e 3 meses e sentindo-se sexy com os cabelos vermelhos, Wanessa deixa transparecer sua maturidade na entrevista e diz que não se deslumbra nem com elogio de jornal americano. Garante que a crítica não inflou seu ego e virou um “quadrinho”.

A garota que gostava de Celine Dion passou a ouvir Janis Joplin , os momentos de infantilidade do passado deram lugar às brincadeiras com o filho e ela aprendeu a importância de manter a sensualidade no casamento de seis anos com o empresário Marcus Buaiz . “Mais generosa, mais inspirada e motivada”, Wanessa está pronta para tudo. O futuro acena uma carreira internacional e seu público gay ganha uma defensora ainda mais engajada. Confira o bate-papo:

iG: Por que deu um intervalo tão grande entre o primeiro DVD, “Transparente” de 2004, e este, “DNA Tour” (gravado em São Paulo, em setembro de 2012)? 
Wanessa: Queria estar muito preparada para fazer o show que fiz. E também porque depois do meu primeiro DVD, eu já sabia que vinha uma mudança musical, já entendia que eu iria passar por um processo de transição. Se eu gravasse um DVD antes, iria ficar meio estranho, porque eu não tinha repertório suficiente desta nova fase, iria ficar um DVD com duas cantoras diferentes, um pop romântico e um pop eletrônico. Então, resolvi esperar. Passar por tudo isso, me entender como artista, achar o meu caminho de verdade para o resto da vida.


iG: Qual a principal diferença que podemos ver em você neste novo trabalho?  
Wanessa: Parece piegas, mas sinto que sou uma mulher e não uma menina. Uma mulher que sabe o que quer e que se enxerga melhor, eu consigo me reconhecer com as minhas qualidades e meus defeitos. Dou muito mais valor para aquilo que tenho. Me sinto mais certa sabendo aquilo que eu quero como artista e como pessoa. As duas coisas para mim andam juntas, no palco sou a Wanessa artista que canta e tal, mas para estar ali, é a Wanessa Godoi Camargo Buaiz que aprende como tem que ser. Eu mesma, na minha vida pessoal, que me dou como instrumento para eu ser uma melhor artista.

iG: Você então se se encontrou agora como artista?  
Wanessa: Com certeza me encontrei. E a transição para mim foi muito natural porque veio de uma vivência, um aprendizado. Comecei muito nova, aí fui gostando de coisas novas, de outras cantoras. De repente, eu era fã de Celine Dion e começava a ouvir Janis Joplin. A vida foi me trazendo coisas novas e eu fui adorando receber isso. Falava: 'eu posso me reinventar, eu posso fazer mais, ser diferente e experimentar coisas novas'.

iG: É muito autocrítica? 
Wanessa: Faço umas avaliações pesadas comigo. Sou a minha pior e melhor crítica. A gente não cresce com o acerto, a gente cresce com o erro. Acho que a gente tinha que também dar valor para as coisas que estão dando certo na vida.




iG: Você recebeu uma crítica do jornal "New York Post" elogiando o seu trabalho (em 2011). Como  isso mexeu com seu ego?  
Wanessa: Acho muito legal crítica, elogio, mas você guarda como um quadrinho. Isso não fez com que eu me sentisse melhor, pior ou que eu estava pronta. Esse é o perigo. Elogio para mim é bom para ver o resultado do trabalho, mas nunca acho que porque está todo mundo dizendo que está bom, realmente está bom. Acho que eu sempre posso estar melhor. E a gente pode, se a gente batalhar. Daqui uns cinco anos quero fazer um DVD melhor que esse, e olha que acho que nele está o meu melhor.

iG: Com o reconhecimento internacional e músicas em inglês, pretende tentar uma carreira no exterior? 
Wanessa: Agora sim. Eu queria ter um trabalho com esse para chegar e falar 'pronto, agora vamos pensar em também mostrar meu trabalho para fora do Brasil'. Não preciso sair do País para fazer isso, posso fazer daqui um trabalho de divulgação com pessoas de lá. Hoje a gente tem a internet, isso facilita muito. Posso chegar à Alemanha sem nunca ter ido para lá. Quero mostrar: 'oi, essa aqui sou eu, Wanessa, olha como eu sou como artista'. Tenho um trabalho para mostrar isso, para vendê-lo.

iG: Você está pela primeira vez ruiva. Como está se sentindo?  
Wanessa: Muito, muito bem, É interessante porque claro que como pessoa você não muda, mas o cabelo te traz um climinha diferente. Às vezes, me sinto um pouco sexy (risos) e ao mesmo tempo moderna. É divertidíssimo. Adoro mudar o cabelo. E é uma delícia porque meu marido tem várias mulheres (risos). Mas José Marcus nem percebeu (a mudança).

iG: Por falar em José Marcus, como você descreve esse seu primeiro ano como mãe?  
Wanessa: Me sinto uma pessoa mais feliz, mais completa. O José Marcus trouxe para mim um sentimento de amor que eu nunca vivi na minha vida. Sou uma pessoa mais generosa, mais inspirada e motivada. Todo dia quando olho para ele, tenho vontade de ser uma pessoa melhor para talvez ajudar com que ele seja um homem melhor ainda, que ele me ultrapasse, que ele seja muito melhor do que eu. Isso é o que desejo todos os dias. Meu tempo de criança agora é para brincar com ele, não dá mais para fazer infantilidade, besteira e perder tempo com picuinha. Agora eu sou mãe, tenho que tomar decisões todos os dias e arcar com as consequências disso.

iG: Você vai iniciar uma turnê em 4 de maio (no HSBC, em São Paulo) e viajar pelo País. Como vai conciliar isso com a maternidade? 
Wanessa: Vou levar o José Marcus para Belo Horizonte só porque a gente vai um pouco antes para fazer a divulgação. Mas não vai dar para o resto das cidades. Na época que eu fui fazer o DVD, já sofri bastante, eu o via de manhã e no final do dia porque ficava ensaiando. É uma escolha da minha vida. Tem lado bom e ruim de tudo. Mas como eu sou um pouco a minha patroa, tento fazer meus horários em prol dele.


iG: O que mudou no seu casamento com o Marcus Buaiz depois que vocês tiveram filho? 
Wanessa: Engraçado, a mulher tem tendência em deixar um pouco o casamento de lado porque a atenção se volta toda para a criança. Isso é supernormal nos primeiros seis meses. Você está amamentando, é um mundo novo, aquele ser pequenininho que precisa de você o tempo inteiro. Então, no primeiro momento a mulher se distancia. Isso aconteceu comigo e vai acontecer com todas. E logo em seguida você começa a voltar e a pensar: 'olha, meu marido precisa de uma mulher sem ser com ceroula em casa (risos), precisa de uma mulher sexy em casa'. Eu preciso cuidar dele também.

iG: Já planeja o segundo filho? 
Wanessa: Penso em ter, mas não para agora, de jeito nenhum. Meu filho já demanda muita atenção (risos).

iG: Você tem muitos fãs gays e sempre apoia causas a favor deles. Como tem visto as atuais polêmicas entre o deputado e pastor Marcos Feliciano e os homossexuais? 
Wanessa: Acho que sempre existiram pessoas como o Feliciano e outras que não querem enxergar, que têm preconceito de criação, de vida. Sempre existiu a homofobia. Que bom que a gente pode falar disso, discutir isso, por em pauta um assunto que até alguns anos atrás não se falava, se escondia. Vejo hoje uma evolução lenta, o que não é nem perto do ideal, mas que acredito que vai acontecer. É inadmissível alguém morrer de tanto apanhar porque tem uma opção sexual diferente. E no mundo de hoje, no Brasil, onde as mulheres saem peladas no carnaval, onde se pode tudo, não cabe esse tipo de hipocrisia. A religião não pode estar trincada com a política, acho que esse é o maior erro. Religião é opção, o governo é para todos. Você não consegue ser para todos se você coloca a religião, que é opcional, guiando isso. Os gays não estão pedindo para serem reconhecidos pela igreja, mas para terem o direito de se casar com a pessoa que amam. Eles pagam impostos, são cidadãos como todos nós e têm de ter os mesmos direitos. Isso me indigna e é por isso que eu defendo.
Fonte:iG


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