Entrevista de Wanessa para "Muza"

Esse é o seu segundo show em uma boate em Belo Horizonte, além de já ter feitos shows, anteriormente, me outros locais. Que memória você tem do público da cidade?  
Wanessa Eu tenho um carinho muito grande por Minas, em geral. Desde o começo da minha carreira é um estado que tem um público muito cativo, que gosta das coisas que eu faço. Teve ano que foi o estado onde eu mais fiz show. E nesse trabalho novo eu senti uma recepção muito boa também, desde que eu vim aqui na Josefine pela primeira vez. E quando eu planejo fazer uma turnê grande, eu sempre ponho BH no roteiro porque é uma cidade muito importante pra gente como artista, porque ela tem uma visibilidade que é pro Brasil inteiro. Então, é um público que forma opinião também, além de ser um público carinhoso, gostoso, que eu tenho um carinho especial.

Como é para você fazer show em boate? Já que você esteve na cidade ante e se apresentou  em casas de shows, que são mais adequadas pra espetáculos artísticos. Tem diferença, como é isso pra você?
Wanessa: É bem diferente. Então, no ano que vem, meu projeto é pegar a turnê que vai ser gravada do DVD e fazer shows maiores também. Então, não vou deixar de fazer as baladas porque eu tenho um carinho incrível, um público muito grande disso. Mas ano que vem é tentar viabilizar, o máximo possível, um grande show com grande produção em casa que comporte isso. Até, às vezes com as parcerias das baladas, enfim, fazer camarote, fazer festas, então tem muita ideia pro ano que vem pra poder fazer uns shows maiores, porque são diferentes! Não só tempo. Um é 40 minutos, uma hora, o outro são duas horas de show. Um tem repertório focado na noite, o outro focado no geral da minha carreira. Então, você tem um momento mais tranquilo, mais light, você interpreta um pouco mais, tem o cenário pra te ajudar, um corpo de baile maior, banda ao vivo, é uma diferença tremenda. Então, são shows que eu gosto muito de fazer, porque eles são improvisos, e em cada show invento uma coisa nova, mas eu gosto muito de fazer o outro show também.
O que fez você mudar de estilo? Você até então era conhecida como uma cantora romântica, com uma pegada mais pop. Você continuou sendo pop, mas com foco na música eletrônica, e-music. Começou com o disco Meu Momento, de 2009, na música "Fly" o rapper Ja-Rule, e depois o disco seguinte já foi todo em inglês, o DNA. Como foi isso?
Wanessa: Foi muito natural. Eu estava buscando coisas novas na minha carreira há algum tempo e chegou um momento em que eu não me via, eu precisava fazer algo mais a ver comigo naquele momento. Muita coisa eu gosto do trabalho que fiz ao longo do tempo e muita coisa tem a ver com o momento que eu vivi naquela época, que não condizem mais com o meu discurso, com quem eu sou. Tem a ver com a menina de 17 anos que eu era. E hoje com 29 anos o meu papo é outro, a minha história é outra, e isso tem a ver com música. Não tem como você não passar, ainda mais que eu comecei no pop romântico adolescente, que é uma coisa que se você não mudar, você não vai ser adolescente a vida inteira e continuar cantando as mesmas coisas. Então você pode evoluir pra uma música mais MPB, uma música mais country, um sertanejo mais adulto. Eu tinha vários caminhos e um deles, que era o mais arriscado, o pop dance, que foi o que eu resolvi fazer porque tinha muito a ver com toda minha vida e foi uma música que eu sempre gostei. E isso tinha mais a ver comigo do que outros caminhos que estavam aparecendo naquele momento, e foi onde eu me envolvi me entreguei e resolvi que era a minha parada.

Já é o seu terceiro ano com esse projeto, digamos assim, mas durante esse tempo você foi alvo de algumas críticas, alguns alegando ser marketing ou estratégia, tentando focar algo pro público gay. Como você recebeu essas críticas?
Wanessa: Engraçado. Esse tipo de crítica não chegou muito a mim não. Meu tipo de crítica foi exatamente “Tá louca? Quer cantar agora em inglês?”, querer ser pop e querer imitar as gringas, foi mais nesse nível assim. E como é um trabalho verdadeiro e eu sei o quanto ele é pessoal pra mim, e desde o começo, eu tô acostumada a ter sempre pessoas duvidando ou falando mal do meu trabalho, você não pode ficar pensando nessas coisas, porque se não isso pega um pouco em você. Se você deixar que a energia negativa chegue até você, você acaba levando isso pro seu trabalho. E eu busco o tempo inteiro acreditar naquilo que eu tô fazendo, então eu tento levar as coisas boas, as críticas que são bacanas eu levo e construo em cima delas uma coisa melhor, avalio. Eu já sou uma pessoa muito crítica, vendo meus shows. Em todo show eu tô me criticando horrores, tentando melhorar como cantora, como performer, e no meu repertório em cada CD acho que poderia ter sido melhor, é sempre assim. E é essa evolução que busco sempre, pra que eu nunca fique estacionada achando que tá tudo bem, tudo certo.

Muza: E nesse sentido de crítica, com essa mudança você ganhou muito destaque no meio gay. Como que é pra você essa relação? Ela já existia ou a partir de agora ficou mais intensa?
Wanessa: Ela já existia, só que quando eu comecei eu peguei um público muito pré-adolescente, então acho que tinham muita gente ainda em formação daquilo que seria, buscando a sua identidade, tanto de vida como sexual. E eu tinha já, muitos desses fãs que hoje são assumidos homossexuais, eram fãs quando criança e adolescente e eles vieram acompanhando. Teve um aumento considerável de fãs que não olharam pro trabalho por ser muito pop, muito romântico, talvez até mais feminino em alguns momentos, que observou esse trabalho com mais atenção, que não olhava antes pro trabalho. Então teve esses dois lados, teve o público que acompanhou e teve um público que cresceu muito com isso. Com certeza é maior o público LGBT que eu tenho hoje do que há cinco anos.
Você disse que atualmente seu maior público é formado por gays/LGBT. Assim, você está atenta ou se preocupa com as questões políticas que envolvem o meio?
Wanessa: Independente deu estar cantando ou não, de fazer show pra esse público específico, eu sempre fui uma pessoa que qualquer coisa que me tirasse do sério, que eu visse como injustiça, eu estaria tentando de alguma forma interferir. E desde que eu comecei esse trabalho, talvez por chegar mais em mim agora a informação, tanto dos fãs quanto das pessoas nos shows, e ser chamada muito pra fazer parada gay, conhecer a causa, eu fui me atentando mais, me inserindo mais e querendo abraçar a bandeira cada vez mais. Por enxergar todos os erros, toda a injustiça que é feita. Porque eu já conhecia as questões, sempre soube que o preconceito existe desde que o mundo é mundo com as diferenças, com as escolhas diferentes, isso eu já sabia. Mas a violência que permeia tudo isso, a violência que as pessoas vivem todos os dias por uma opção sexual eu não conhecia, de fato, como isso é presente no dia-a-dia, como isso tá na nossa cara, estampado e a gente não está fazendo nada. Então, hoje, claro que depois de conhecer muita gente que tá fazendo alguma coisa, dentro desses shows, eu acabei me envolvendo um pouco mais. Então, me interesso mais porque hoje tenho mais conhecimento.

Agora você sendo mãe, como que a maternidade vai influenciar seu próximo trabalho?
Wanessa: Na verdade eu acho que eu tô muito mais feliz, talvez seja um trabalho mais alegre. Então, talvez, acho que nisso acabou dando um tom mais juvenil pro trabalho, um tom mais feliz, mais colorido. Acho que isso aconteceu. No DNA eu fiz uns trabalhos mais sombrios, eu busquei um pouco a escuridão dentro do trabalho da música, em músicas como “Stuck On Repeat”, como até “DNA”, “Murder”, uma música pesada também, que são papos mais densos e falam do ego. E nesses trabalhos novos que comecei a fazer pro DVD, eu vi como uma coisa mais gostosa, mais festa, mais alegria, acho que tem a ver com isso no trabalho.


O que você pode adiantar? Já sabemos que vem um DVD, você comentou de shows para 2013, de repente em outros formatos... E uma pergunta, a pedidos, o próximo disco vai ser em inglês, em português ou os dois?
O próximo CD vai ser baseado no DVD que vai ser gravado (dia 15 de novembro, em São Paulo). No DVD a maioria das músicas tem foco no trabalho de agora, esse meu trabalho pop, em inglês, e eu abri algumas exceções pra músicas muito especiais que nunca estiveram em DVD. Então, eu tive que escolher a dedo algumas que não estiveram no meu DVD há oito anos, pra trazer pro público nesse show, e são músicas que casam com a música pop porque já estavam fazendo parte de uma evolução pra chegar onde eu tô hoje. Então, vai ter essa história dentro do show também, mas a maioria são das músicas hoje, do momento atual.

E já tem previsão de lançamento?
A gente vai gravar dia 15 de novembro, em São Paulo, no HSBC Brasil, e a gente lança no primeiro semestre, passando o carnaval, acredito que em março ou meados de abril. Mas quem pode falar melhor é a gravadora, por questões lá do gap, melhor estratégia pra vender mais e tals.

Então esse ano a gente ainda vê uma novidade sua?
Esse ano eu ainda vou fazer bastante show até o final do ano. E claro que vai ter o clipe novo, o trabalho da música nova, que será o foco de agora.

A música, Hair And Soul sai esse ano?
 música sai esse ano! Sai antes do show! 

Fonte:Muza


0 comentários:

Postar um comentário